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Prezado visitante.

O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por toda parte oferecendo algo novo, que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoais, nas quais os aspectos práticos do misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim, graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem responsáveis pelos males causados.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cabaláh e Psicologia

A Cabaláh da Oração

Cabala da oração

Depois de uma intensiva contemplação de nossas deficiências, nos dirigimos a nosso Criador em oração para mediar à brecha que nos separa de Ele.

Como esta escrito no Salmo 130: “Das profundezas a ti clamo, ó Senhor”, Clamando desde as profundidades de nosso coração, rogamos o Senhor, nosso D’us, para que nos permita estar próximos de Ti.

Todo sentimento de distancia de El, gera o tema de outra oração, de outro clamor dirigido a Ele. Como aconselha o Rei David no livro de Salmos 55,23: “Lança ao Senhor teu fardo, e ele te sustentará”.

Este tipo de oração, não surge pela desesperação ou pela depressão, senão da desilusão que sentimos de nós mesmos ao aceder a um estado de humildade, depois de haver retirado nossas klipot[1].

Embora, como expressamos anteriormente, ser conscientes de nossa própria pequenez no contexto da grandiosidade de D’us produze-nos felicidade e confiança, esta felicidade não nos cega diante da necessidade de aperfeiçoar-nos a nos mesmos. Pelo contrario, quanto más sentimos o interes de D’us em nossas vidas, mais nos vemos orientados a viver a altura do potencial inato e não deturpar a imagem Divina em nós.

Em outras palavras, embora que sejamos felizes, também sentimos tristeza, como diz o Rabino Zalman de Liadi[2], amargura[3]. Esta «amargura» é uma insatisfação profunda e existencial com a vida, devido a nossas próprias deficiências. Se estivermos encolerizados, não é com o mundo, senão com nos mesmos. «Amargura», desde a visão do mundo da Cabaláh, é o termo meio entre a resignação de aceitar-nos a nós mesmos (que não nos absolve dessa capacidade de melhorar-nos, da necessidade de poder conquistar o ietser haráh – o instinto negativo, a partir de instalar uma maior quantidade de Luz espiritual.) e a depressão que provem de desesperar ao propor esse desafio de melhorar-nos. Nós não desistimos de dar-nos por vencidos respeito a nos mesmos, porem tampouco podemos estar satisfeitos com nossa forma de ser.

Esta é «amargura» que nos motiva a rezar, a orar, a procurar o canal de energia, que nos comunique com nosso Criador. Isto trairá uma auto-avaliação que ordenara o sistema interno, o arvore psico espiritual, e equilibrara a Sefirot, perturbadas por essa constante oscilação de nossos sentimentos. Orar, dialogar com Ele, encontrar a essência de nossa Luz.


[1] A Klipa é uma força perturbada gerada pela negação da Divina Providência e à recusa em aceitar que D’us governa o mundo. Todas as dúvidas sobre o reinado de D’us sobre o mundo têm sua origem nas Klipot. O "lugar” das Klipot encontra-se por sobre o Mundo da Ação, do lado da Santidade, nos mundos da Emanação, Criação, Formação e Ação, não há espaço para tais pensamentos.

[2] Fundador e criador da filosofia Chassidica, século XVIII.

[3] O paradoxo da capacidade do ser humano de experimentar tanto felicidade como amargura simultaneamente se apresenta nas primeiras linhas do livro Tanya, livro fundamental da filosofia cabalista do movimento chassidico.

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