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O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por toda parte oferecendo algo novo, que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoais, nas quais os aspectos práticos do misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim, graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem responsáveis pelos males causados.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Cabaláh da Comunicação

A habilidade mistica de se comunicar

cabala uma lição

Quando o amor flui como a água, a habilidade de se comunicar pode ser revelada em sua totalidade. A capacidade de se expressar está em proporção direta à quantidade de amor doada ou retida. Na Cabaláh, o fluxo livre de expressão é chamado "redenção" e o bloqueio ou a falta daquela habilidade é o "exílio".

Três exemplos desta dinâmica são vistos: na transgressão de Adão e Eva, Iosef (José) e seus irmãos e nas noites da festividade de Pêssach, dentro do calendário hebraico ou conhecida como a Páscoa Judaica[1].

A Literatura Rabínica relata que, embora Adão e Eva amassem um ao outro, seu relacionamento era repleto de inveja, de atitudes mesquinhas e suspeitas. Por causa disso, Adão não foi capaz de comunicar corretamente a ordem de D'us, de não comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e adicionou a ela a proibição de tocá-la também. Como conseqüência, a serpente empurrou Eva para a árvore e tentou-a, dizendo que, assim como nada lhe acontecera por tocar a árvore, também nada lhe aconteceria se comesse o fruto. Isto a levou a comer da árvore e à subseqüente "exílio" do Jardim do Éden.

Após Iosef (José) relatar seus sonhos aos irmãos, a Toráh (Pentateuco ou Lei de Moises) declara: "e os irmãos odiaram José e não conseguiam falar pacificamente com ele." (Gêneses - Bereshit 37:4). Sua falta de habilidade de se comunicar, nascida do ódio, provocou não apenas o rebaixamento de Iosef a escravo no Egito, como também o próprio exílio deles.

A Hagadáh[2] de Pêssach, a festa da liberdade, representa a retificação da comunicação, e celebra nossa redenção do exílio no Egito. A palavra Hagadáh significa "relato" ou narração. Nas noites da festividade da Páscoa Judaica conhecida como Sêder (ordem) de Pêssach, geração após geração de judeus sentaram-se juntas como famílias e contaram a história do exílio e redenção, e sua relevância nos dias de hoje. Nenhuma noite no calendário judaico deixa uma impressão mais forte sobre as crianças, quando elas recebem a tradição passada amorosamente pelos mais anciãos. Embora o nome hebraico desta data festiva, Pêssach, traduzido literalmente signifique "saltar", ou "passar por cima" ou simplesmente pular, é explicado de forma homilética que a palavra hebraica Pêssach, pode se dividir em duas e Sach, o que signifique "a boca que fala". Após vivenciar o isolamento, a solidão e depressão numa base individual, ou a opressão num nível político, a liberdade de se comunicar é um salto estimulante das trevas à luz, do exílio à redenção.

A comunicação permite poder compreender o outro, e ao verbalizar as sensações, começamos a introspectar nossa capacidade de comunicar-nos (a nós mesmos) para aprender a dialogar. As Sefirot se ordenam, se inicia o processo de captar os canais evolutivos dos mundos de Atsiluth (Proximidade ou Emanação), Beriáh (Criação), Yetsiráh (Formação) e Assiyáh (Concretização). A concretização de uma relação ou das relações humanas, esta baseada na comunicação e não na fala, porque se fala sem dizer nada e se pode comunicar sem necessidade de falar.


[1] Páscoa judaica (do hebraico פסח, ou seja, passagem), também conhecida como Pêssach, é o nome da oferenda ou sacríficio executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico ou calendário hebraico e que precede a Festa dos Pães Ázimos (Chag haMatzot). Geralmente o nome Pêssach é associado a esta festa também, que celebra e recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme narrado no livro de Shemot (Êxodo).

[2] Hagadáh ou agadáh (do hebraico הגדה, transl. hagadáh, “narração” ou “relato”), é o texto utilizado para os serviços da noite do Pêssach, contendo a leitura da história da libertação do povo de Israel do Egito conforme é descrito no Livro do Êxodo. Por celebrar esta libertação, a festividade de Pêssach é a mais importante das festas judaicas desde a visão dos valores universais do direito humano, e cada judeu tem por mandamento narrar às futuras gerações esta libertação. A Hagadáh contêm a narrativa desta libertação, as orações, canções e provérbios judaicos que acompanham esta festividade. Tem uma concepção mistica de grã importancia que permite que se possa observar cada um dos detalhes com uma significancia cabalistica.

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