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Prezado visitante.

O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por toda parte oferecendo algo novo, que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoais, nas quais os aspectos práticos do misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim, graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem responsáveis pelos males causados.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Cabaláh da Angústia

A Angústia

Infinity_Blue_by_vladstudio

A angustia é o eu, é o sujeito fragmentado da Totalidade. A angustia é estar, em vez de ser. Ser – sem contenção. Solidão de algo que gira aleatoriamente no espaço cósmico.

Sou – quando me reconheço parte de. Quando te reconheço parte de. Quando te vejo – e me vejo a mim, na perspectiva de um caminho que eu e tu, amada, filho, pessoa, mulher, homem, construímos juntos, mesmo sem conhecermos o traçado do caminho, nem a sua finalidade.

Mas quando percebermos que a finalidade está fora de nós, e que estamos a serviço da totalidade, o Eu se aproxima do Divino, acalma-se, veste-se de beleza, e encontra D’us no caminho.

Pois somente aí Ele deve estar, somente aí.

E Ele tem um rosto, o único que nos é dado compartilhar: o rosto da felicidade, do bem-estar e da paz.

Jacob (o terceiro patriarca) foi-se embora de sua casa. Iniciou uma longa travessia. Partia em busca do amor e fugia do ódio do irmão. Haviam brigado pela futura herança do pai, pelo poder de mandar quando o pai morresse. Ele havia comprado a primogenitura a Esaú, seu irmão, e roubara-lhe a bênção do pai (desde a visão de Esaú). Agora Jacob, fugia de seu irmão, que queria matá-lo.

Caim e Abel se repetem sempre. Como diz um famoso escritor Latino-americano e estudioso da Cabaláh: “Não sei às vezes sou Caim, às vezes sou Abel”.

É a historia de um mesmo homem que vai mudando de papéis, ora o ódio, ora o outro, ora o ego envenenado pelo vírus da Nachash, a Serpente.

Só em seu caminho, arrependido, perseguido, sem irmão, sem pais, sem lar, Jacob caminhava em busca da transformação. Não queria mais lutar, não desejava continuar nessa corrida venenosa na direção do poder, de ser mais que o outro, de dominar e sobressair-se.

Quase nu, andrajoso, com o cajado das estradas desconhecidas e os olhos que divisam horizontes, Jacob caminha.

– O ódio – disse o mestre da clareza – é o teu primeiro irmão, o que surge espontaneamente. Esta aí. Então é preciso partir, arrancar a pele do ódio e ir. Porque o amor precisa ser construído, alimentado, um grãozinho de areia sobre outro, é um trabalho. O ódio é irmão, está ao lado; aparece no mundo e esta aí, te dá a mão de sua fraternidade essencial. É preciso ir-se, se afastar de si mesmo, do ódio irmão, em direção ao que não é irmão, mas criação, amor. Não digas o que sentes, mas o que fazes, o que crias, o que amassas e modelas.

Assim fez Jacob, e por isso foi-se embora da comodidade dos ódios consagrados da sociedade, que convida os homens a competirem uns com os outros, a se superarem, a ganharem, a submeterem, a serem mais, a possuírem mais.

Primeiro é necessário ir, partir na direção da dura tarefa do amor, que começa no deserto, no ermo, no esvaziamento interior. Que produz ódio, se ficamos estáticos, se não fazemos a tarefa de vir para ir.

O principio da filosofia de Abraham, o patriarca, o monoteísta, que partiu deixando atrás angustia, ódios e foi em caminho do dar, de amor, de agregar, de construir.

Abraham o patriarca, o criador do Livro “Sefer Yetsiráh”, Livro da formação, para poder formar, devemos informar, ensinar, apagar angustia e dar lugar ao respeito e amor, que ocupa o espaço que não da lugar a o ódio. Partir e construir, ser Jacob, e afastar-se de Esaú. Conformar para entender a idiossincrasia da sentencia humana que permite-nos poder reconstruir aquilo que angustia fragmentou.

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