Atenção..

Prezado visitante.

O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por toda parte oferecendo algo novo, que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoais, nas quais os aspectos práticos do misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim, graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem responsáveis pelos males causados.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Cabaláh do fim, do imprevisível

Dialogo ao cair da tarde

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Ao entardecer, à beira da lagoa, o Mestre da Cabaláh, ai em Safed (berço da Cabaláh, onde as almas dos grandes como Rabí Isaac Luria, Rabí Shimon Bar Iochai, Rabí Moshe de Cordovero, entre outros, estão em todas partes, em todos os lugares, por onde tu caminhes em Safed), me falou, me chamou e conversou, desde as profundezas de seus olhos opacos, sua visão penetrante, e com voz fraca como longínqua, estabelece um dialogo:

- Quem pergunta pelo sentido da vida?

- Aquele que sabe que vai morrer.

- Em que não pergunta?

- Aquele que se crê imortal, é claro.

- E quem se crê imortal?

- Aquele que se crê D’us

- E quem se crê D’us?

- Eu

- Tu te crês D’us?

- Não, não eu. O “Eu” (ego) se crê. O eu que habita em mim é um ser poderoso, majestoso, o gladiador, o explorador das montanhas, o alpinista das cordilheiras, o ganhador, o campeão, o gigante, o superior a todos, o que não tolera a ninguém, o que quer ser único, o que não quer que ninguém tenha nada mais, o que quer ter tudo. Esse se crê D’us, e se crê imortal.

- E tu nunca te despojaste dele?

- Sim, muitas vezes me despojei dele, ou, melhor, ele se despoja de si mesmo.

- Quando?

- Quando cai no campo de batalha, quando no o êxito não lhe sorri, embora ele continue sorrindo.

- Quando mais?

- Quando esta doente.

- Então?

- Sim, então uma luz violenta o atravessa, e ele pensa na morte.

- E o que acontece?

- Toma consciência de que não é, de que toda a cenografia e as conquistas de sua existência são uma ilusão, de que ele está nu na cama à mercê de uns remédios, e de uns aparelhinhos, e de outras pessoas absolutamente estranhas e desconhecidas, chamadas “médicos”, e treme como um passarinho e...

- E então......

- E então, quando o eu está tão pobre, às vezes ele pensa na morte, e se pensa na morte também consegue pensar em D’us.

- Para que o salve da morte?

- Sim, para o que salve da morte.

- Por que tem medo?

- Medo...

- Porque tem medo de morrer?

- Porque é um ser perdedor, morrer é perder para ele, e ele não tolera que os outros continuem vivendo e que sejam ganhadores. Morrer nesse caso, é primeiro uma morte espiritual, uma morte produto de um vazio, e a partir daí o tempo da lugar lentamente a morte física.

- Como poderíamos curá-lo?

- Não sei se tem cura.

- Sim, tem cura: educa-te a pensar na morte quando estas são; pensa na morte, que é a única maneira de viver a vida e de saboreá-la; pensa que amanhã não estarás, e tal vez apazigúes teu animo, e apagues teus ódios, tuas perversidades; pensa na morte meu filho, pensa nela, não para ficar triste, senão exatamente para que amanhã, quando acordares, não digas a ti mesmo: “Tenho que ir ao trabalho para esmagar, destruir aos outros, mas “Que maravilha, estou vivo, o dia esta lindo, mais um dia; quantos sabores vou poder provar neste dia, quantas caricias,, quantos sorrisos, quantos conselhos, quantos escutar felicidades, penas, aflitos, logros, quantos amores”. Porque se não sabes viver, primeiro morres em vida, já que deixas-te que teu “Eu”, te domine, a sitra achrá (o instinto negativo,representado pela petulância, a arrogância), te engane, e vocês achas que vives, só que estas morrendo em vida.

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