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O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por toda parte oferecendo algo novo, que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoais, nas quais os aspectos práticos do misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim, graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem responsáveis pelos males causados.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Cabaláh da Alma - 3ª Parte

Imortalidade e a alma
3ª Parte
  A Imortalidade da alma


A imortalidade da alma
Um dos fundamentos do judaísmo e principalmente na Cabaláh é a crença na imortalidade da alma, na vida após a morte. Se acreditamos na Justiça Divina, conseqüentemente acreditamos também na imortalidade da alma. De que outra forma poder-se-ia conciliar o fato de tantas pessoas justas sofrerem nesta vida?
Da mesma forma que, antes de seu nascimento, uma criança já possui muitas qualidades que não lhe são úteis no ventre materno, mas indicam que nascerá em um mundo aonde virão a ser utilizadas, o ser humano possui muitas qualidades que lhe são de pouca valia durante esta vida. Isto indica que após sua morte física, o homem renascerá em uma dimensão superior
Detalhes da imortalidade não são mencionados na Toráh [A Lei de Moises ou Pentateuco], já que a Revelação trata apenas do mundo atual. No entanto, quando o profeta Isaías fala sobre o Mundo Vindouro, diz: "Porque em tempo algum se ouviu, jamais os ouvidos se aperceberam nem os olhos viram outro D'us além de Ti, que realizas em favor daqueles que em Ti acreditam" (Isaías, 64:3). Isto significa que nem mesmo aos maiores profetas foi dada permissão de antever a recompensa dos justos.
A partida da alma
Ensinam os sábios da Cabaláh que todas as almas foram criadas no início dos tempos e estão armazenadas como parte do "tesouro celestial" até o momento de um nascimento. A alma é vinculada ao corpo desde o momento da concepção e nele permanece até o final da vida física desse corpo. Por isso, em hebraico ou nos termos da filosofia Cabalística, fala-se da morte como a "partida da alma" (Yetziat haNeshamáh). Nesse momento, após ter completado sua jornada terrena, a alma procura retornar à sua Fonte.
Na visão da Cabaláh o corpo do homem não é meramente um objeto, mas parte da própria pessoa. Por isso, temos a obrigação de enterrar e honrar o corpo, mesmo após a alma o ter deixado. Nossos sábios ensinam que imediatamente após a morte, a alma encontra-se em um estado de grande confusão. Daí o costume de se permanecer ao lado de uma pessoa em seus últimos momentos: para que não esteja sozinha ao enfrentar a derradeira partida.
A Cabaláh ensina que nesse momento de desligamento, a alma está totalmente ciente das limitações físicas de seu corpo. Isto ocorre mais intensamente antes do enterro. A alma, então, literalmente vela por aquele corpo que era "seu", durante sete dias. Isto foi dito por Jó, no verso ... "E só por ele sofre sua alma" (14: 22).
O julgamento da alma - de fato a avaliação espiritual de sua atuação durante a vida na esfera terrena - ocorre durante o primeiro ano após a "partida". É este o motivo pelo qual os homens recitam uma oração de lembrança ou melhor dito de consagração, no primeiro ano após a morte do pai ou mãe. Pela mesma razão, quando é mencionado o nome dessa pessoa, durante o primeiro ano do luto, deve-se dizer: "Que eu possa servir de expiação por seu descanso final"
O julgamento principal após a morte ocorre em Gehinam, esfera onde, para poder receber a recompensa eterna, a alma é "branqueada" e purificada em "fogo espiritual". Sabemos que a idéia de inferno eterno não é um conceito judaico, mas cristão.
Somente as almas dos tzadikim, os justos, têm condições de ascender rapidamente pela dimensão espiritual e atingir níveis espirituais elevados. Neste tocante foi dito ao profeta: "Se andares nos Meus caminhos e observares os Meus preceitos, também tu julgarás ... e Te darei livre acesso entre os anjos que aqui se encontram" (Zacarias 3:7). Com isto, D'us fazia ver ao profeta a visão dos anjos como estacionários e dizia que ele poderia mover-se entre eles. Isto está mencionado também no verso, "E o pó retorne à terra, de onde veio, e o espírito retorne a D'us, que o concedeu" (Eclesiastes, 12: 7). Ademais, enquanto os anjos estão limitados a seu próprio nível, os homens, através de seus atos, podem "mover-se" e ascender espiritualmente.
O trabalho de aprimorar nosso interior, e enriquecer nossa alma, prove a nossa estrutura psicológica a capacidade de poder enfrentar as vicissitudes que possam advir, em algum momento de nossas vidas. A alma e abstrata porem seu conteúdo faz que as atitudes provenentes de esse enriquecimento ou empobrecimento de nosso interior, vai dar lugar ao crescimento ou detrimento de nossas vidas.
Algumas autoridades religiosas afirmam que aquilo que os Sábios chamam de Olam HaBá, ou Mundo Vindouro, refere-se à dimensão espiritual à qual a alma ascende após deixar o corpo. A maioria entretanto considera Olam HaBá, um estágio novo e completo da vida terrena, ao qual o homem será conduzido somente após a Era Messiânica e a Ressurreição dos Mortos. Todas as almas dos falecidos passam, após a morte, para uma dimensão intermediária chamada Olam HaNeshamot, "Mundo das Almas". É lá que são julgados e permanecem até a Ressurreição e o Juízo Final.

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