Atenção..

Prezado visitante.

O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por toda parte oferecendo algo novo, que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoais, nas quais os aspectos práticos do misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim, graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem responsáveis pelos males causados.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Cabaláh da Alma - 2ª Parte

Imortalidade e a alma

2ª Parte

Alma1

Os cinco níveis da alma

A alma não é algo concreto; está além daquilo que o intelecto consegue compreender por si próprio. A Cabaláh explica que o que comumente chamamos da "alma" de um homem consiste, de fato, de várias "almas". Não é um ponto único no espaço e deve ser entendida não como uma única "existência" que tem uma qualidade ou caráter, mas como muitas "existências", de vários níveis espirituais. Podemos dizer que, na realidade, em cada homem há um determinado número de níveis de almas, unidas como os elos de uma corrente que se estende do corpo da pessoa até a Fonte de todas as almas. A ligação entre corpo e alma pode ser comparada com o que acontece na extremidade de um raio de luz, ao iluminar um corpo escuro.

O "eu" que surge da relação entre o corpo e a alma não é algo constante de uma essência especifica, é diferente em cada estágio da vida de um homem. Por exemplo, no início de nossa existência, o "eu" concentra-se quase que totalmente no corpo e em suas necessidades. Com o amadurecimento, a pessoa se torna cada vez mais consciente da essência mais elevada de sua alma.

Segundo a Cabaláh, o que chamamos de alma humana é composto por cinco partes:

1) Nefesh -"alma animal", é a alma humana em seu nível mais primário. Anima a existência dando-lhe força de vida, de movimento e propagação das espécies, também capacitando o homem a pensar, divagar e sonhar. A palavra deriva da raiz Nafash, que significa repouso, como no verso, "No sétimo dia, (D'us) cessou o trabalho e descansou (Nafash)" (Êxodo, 31:17).

2) Ruach - que significa vento, é o Espírito, a "alma divina".

3) Neshamáh, literalmente "sopro", é a Respiração, a "alma superior", mais pura ainda.

4) Chayáh, a Essência vivente.

5) Yechidáh, a Essência única, pode ser considerada o ponto de contato entre a alma e a própria essência do Divino. Esta alma só se manifesta ao término do Yom Kipur (Dia do Perdão), durante a oração de Neiláh, a ultima do serviço religioso do dia mais importante do calendário judaico, o dia da comunhão com o Criador. Recitada em todas as sinagogas quando o sol começa a se pôr, seu significado fala de fechamento ou encerramento, no sentido de poder ser fechado o ditame em favor daquele que abre seu coração.

Essas almas mais elevadas referem-se à verdadeira essência humana e sua associação com D'us, Raiz Suprema, e com os mundos espirituais. Este conceito inclui também a alma adicional, que chega no início do Shabat (o dia sagrado determinado por D’us já desde o inicio da Bíblia, a decidir que se descanse de toda obra) e se vai, ao seu término.

Nossos sábios ensinam que o ato de D'us, ao insuflar a alma em um corpo, pode ser comparado ao do artesão que sopra o vidro para dar forma a um recipiente. A alma, Neshamáh, deixa os lábios d'Ele, viaja como o vento, Ruach, até finalmente descansar, Nefesh.

Dos três níveis, a Neshamáh é o mais elevado e, portanto, mais próximo a D'us. Enquanto Nefesh é aquele aspecto da alma que reside no corpo, Ruach fica entre os dois, vinculando o homem à sua Fonte Espiritual. É por essa razão que a Inspiração Divina é chamada Ruach Hakodesh, em hebraico. A Neshamáh é movida apenas pelo pensamento; Ruach pela fala e Nefesh pela ação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário